O Walmart, maior varejista do mundo, afirmou que as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump são “altas demais” e que, por conta disso, terá que aumentar os preços de alguns produtos, já que a guerra comercial global iniciada pelo governo norte-americano está elevando os custos da empresa.
“Faremos o possível para manter nossos preços baixos. No entanto, devido à magnitude das tarifas — mesmo com os níveis reduzidos anunciados nesta semana — não conseguimos absorver todo o impacto, considerando as margens estreitas do varejo,” disse o CEO Doug McMillon, na quinta-feira, durante uma teleconferência de resultados.
“As tarifas mais altas levarão a preços mais altos”, reforçou.
Segundo McMillon, as tarifas sobre produtos chineses estão encarecendo eletrônicos e brinquedos, enquanto algumas tarifas sobre alimentos provenientes da Costa Rica, Peru e Colômbia também estão pressionando os preços.
Os aumentos devem começar ainda neste mês.
“Estou preocupado que o consumidor comece a perceber esses aumentos. Isso deve começar a ocorrer no fim deste mês e, com mais intensidade, a partir de junho”, disse o diretor financeiro John David Rainey em entrevista à CNBC.
Diversas empresas vêm reajustando seus preços para compensar os aumentos de custo gerados pelas tarifas de 10% aplicadas universalmente sobre todos os produtos importados pelos Estados Unidos, além das taxas elevadas sobre produtos chineses. Embora Washington e Pequim tenham acordado uma redução dessas tarifas nesta semana, os EUA ainda mantêm um imposto de 30% sobre a maioria dos produtos vindos da China.
O Walmart reconheceu o esforço do governo Trump ao reduzir as tarifas, que chegaram a 145%, mas reforçou que os níveis atuais ainda são excessivos.
“Existem categorias de produtos das quais dependemos para importar de outros países”, explicou Rainey aos analistas. “Os preços desses itens provavelmente vão subir — e isso não é bom para os consumidores.”